quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Definitivamente - Londres parte 1

Hoje busquei o cappuccino do dia na estação Stratford.

Estava sozinha.
Esse era um medo.
Detectado em últimas análises.
Caminhei e me permiti respirar.
Deixar a cabeça livre pra pensar, coração livre pra sentir.
Saudades. Raivas. Frustrações. Vitórias. Alegrias. Caminhos.
Sobre todas as coisas que a mente pode criar.
Enquanto voltava ao meu porto seguro
e por isso é tão importante ter um
pra ter pra onde voltar
me vi outra vez sozinha, agora também fisicamente
Todos os vagões do trem estavam vazios.
Passou a última estação e o trem daria a volta iniciando nova rota
Pedi ajuda no botão vermelho
E como quem já sabia que eu estava ali disse para me acalmar
que estava tudo bem
Mas pensem que antes o motorista daquele trem
começou a digitar uma mensagem num painel
me direcionado para o botão.
Eu estava sozinha dentro daquele trem.
Segui as instruções e estou aqui
Relembrando sensações
nem tudo acontece por acaso
tudo tem um porquê, absolutamente tudo
e todas as respostas têm seu tempo.
Só sinto demais, penso que é isso.

Sem foto porque meu celular não está carregando.
Em breve carrego em um computador)

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Dizem

- Você podia ter vindo com os olhos do seu pai.

Cresci escutando.
Meu pai tem olhos azuis,
trazem uma combinação de cores
eu já vi de perto, ele muda de tom,
não sei como
mas, mudam.
Quando criança olhava de perto
comparava com a cor
do mar,
de rios,
do céu
os meus brilhavam
Por muito tempo desejei ter os olhos dele,
diferente dos meus,
castanhos
 –  escuros –
Hoje não encaro essa pergunta com a mesma resposta de antes 
–  podia mesmo –
Admiro os olhos do meu pai,
mas os meus são os que me guiam em cada passo que eu dou,
são eles que transmitem e descobrem
outros olhares


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Viagem de Volta

Era domingo. 20h
A Rodoviária do Tietê seguia seu fluxo normal. pessoas e malas por todos os cantos. Perdi o ônibus que sairia em uma hora e quinze. Encontrei uma das últimas passagens daquela noite.

Ainda faltavam duas horas e meia para o ônibus daquela linha chegar na estação, resolvi então ler um livro. Sem lugar para sentar me ajeitei ali no chão mesmo onde todos pareciam ter tido a mesma ideia. Uns pareciam estudar com cadernos de espiral e caneta na mão, outros faziam leituras pelo celular, outros apenas sentados, observavam. Uma moça fala ao telefone, nervosa. Um senhor a minha frente parecia triste, com olhar congelado em uma direção qualquer e o bebezinho chorão só queria mamar.

Quando se aproximou das 22h30, aguardávamos na plataforma 21 e a vontade era mesmo de chegar em casa. Sempre que compro passagens escolho a poltrona que ao lado está vazia, eu gosto de viajar sozinha, gosto da companhia dos meus pensamentos. Mas naquele dia alguém ocupou a poltrona ao lado.

Moça nova. Pele branca, olhos castanhos e muitas, muitas lágrimas. Ela já ocupou a poltrona com um certo desespero óbvio que escorria pela face. Esperei que se acalmasse e ela mesma começou a falar:

- Desculpe moça. Levei um pé na bunda.

O problema é que eu nunca sei, de imediato, o que dizer nessas horas. Fiquei quieta por alguns momentos enquanto as lágrimas iam sumindo aos poucos. Lembrei de uma conversa naquela tarde em um parque de São Paulo.

"Somos nós Re. Não os outros."

- Qual seu nome?
- Mariana.

A idade entregava o desespero. 22 anos. Primeiro namorado. Três de relacionamento e ele rompeu por que já estava com outra pessoa.

Ela fazia um curso em São Paulo no fim de semana e estava voltando para Varginha MG, cidade onde moravam. A discussão por telefone antes do embarque levou ao término do relacionamento. Tentei explicar que eles ainda conversariam, que as coisas precisariam estar mais calmas para então conseguirem ter uma conversa mais sincera. Que felicidade não depende dos outros mas de nós mesmos. Todas essas coisas que por experiências, aprendemos. E pra quem está de fora, fica ainda mais fácil de compreender.

Percebi que enquanto conversávamos ela se acalmava mas não acreditava em uma palavra que eu dizia. Para ela, ali era o inferno, o fim, game over.

Já próximo ao meu destino, Mariana lamentou:

- Eu ainda gosto muito dele.

Quando desembarquei falei para ela continuar a viagem bem e deixei um 'lambe' para ela nunca se esquecer que a vida sempre continua. Sempre. E que relacionamentos se vão, assim como pessoas.

- Em todos os fins o que fica é você.











quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Acordes


Se eu fosse fazer uma canção sobre 
a última voz que se ouviu no início daquela manhã
Sairia da união de notas musicais 
às 5:30 a.m 
- Até logo!
Instrumentos que se musicalizam no silêncio 
também se transformam em canções

são como palavras soltas em emaranhados de acordes
qualquer som que propague no esconderijo dos nossos desejos
soa como uma chance
e outra, e 
outra. 


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Passeio do Dia

A caminho do trabalho,
tinha um ipê amarelo
com buquês de flores nas pontas dos galhos
eu sempre passeio por lá
você, eu nunca vi passar
depois do ipê, na rotatória
esperou para te notar,
mas o passeio pedia muito mais
que aquele mesmo olhar.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Sobre o Olhar nos Olhos

Olhei buscando a menina dos olhos,
na melhor das intenções.
reconhecer a sinceridade
presa num piscar
do olhar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Colunista

Bom dia Pessoal,

É com imenso prazer que recebi há poucos dias o convite do jornalista Evandro Carvalho, para ser uma das colunista do Jornal "O Vale da Eletrônica" de Santa Rita do Sapucaí - MG. O primeiro artigo foi publicado na edição 861 de 02 de fevereiro. Confira!



Quem está ‘cansado’ levanta a mão

É impossível escrever sobre quaisquer outros assuntos que não estejam ligados à tragédia que ocorreu no último fim de semana no Rio Grande do Sul, a alta da gasolina e a redução [ou pseudo-redução] da tarifa de energia. Dentre outras ocorrências pouco exploradas pela mídia, resumiria tudo em uma única palavra: Cansaço! 

O Brasil e os brasileiros vêm se desgastando há tempos, e faço uso do gerúndio para expressar que esta é uma progressão indefinida, de longa data eu diria. O fato é que caminhamos para a exaustão. Se olharmos de perto, estamos cansados, pagamos para trabalhar, dormimos mal, comemos mal e mesmo assim ainda temos tempo de acessar a internet como nenhuma outra civilização.

Uma carta divulgada nas redes sociais esta semana ganhou vários compartilhamentos por ser exatamente o que muitos brasileiros gostariam de expressar. O documento foi destinado à presidente, Dilma Russef em relação ao ocorrido na boate no último fim de semana em forma de protesto que desencadeou outras questões. Aliás, quem disse que brasileiro não protesta? Basta conectar-se meia hora ao facebook. Um protesto preguiçoso, pouco esperançoso, mas insisto, o motivo é o cansaço. Em um dos trechos a autora fala: “Não, presidente. Não chore ao falar da tragédia. Faça! Faça alguma coisa. E pare de nos dar como exemplos uma série de catástrofes para tomar medidas idiotas que não valerão de nada alguns meses depois”. 

E daqui alguns meses, nós também não teríamos feito nada, já não lembraremos com frequência do acidente no Rio Grande do Sul, já teremos acostumados a pagar caro para andar de carro e aproveitaremos a redução de energia para passar mais tempo em frente à TV ou conectados ao mundo virtual, o que no final do mês não fará tanta diferença na ‘conta de luz’. 

Em consequência da nossa exaustão e do esforço que faremos para adequarmos às novas condições financeiras teremos que ouvir que o “Brasil é a bola da vez” e que somos uma nação economicamente em processo de evolução, talvez seja assim que outros países chegaram a ser potências mundiais, talvez não! 

Renatha Pierini
Jornalista e Assessora de Comunicação
MTB 17.160
renathapierini.blogspot.com

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Onde está o coração?

E depois de me chocar com esta cena eu me pergunto e te pergunto: esse povo tem coração?
Não pretendo generalizar o comentário nem os conceitos aqui expostos mas o que acontece numa mente que ignora outro ser humano?

Os chineses estão mesmo a ponto de dominarem o mundo? Assim? Esquecendo dos princípios humanos, das relações, do respeito e acima de tudo da VIDA?

Ouvi dizer esses dias: "Ninguém vai segurar a nova geração de chineses". Sabe o que eu penso? Que vamos segurar sim! A vida não se resume apenas em ECONOMIA e PRODUÇÃO sem limites... céticos, calculistas e ambiciosos...

Me desculpem os que possuem outra visão, outros princípios... mas as imagens me levam à crer que chineses não merecem nosso consolo!!!